Ajusto o calibre de meu olhar,
no balanço de teu corpo esguio,
vislumbrando tua beleza madura,
tua pele aveludada e teu aroma de orvalho.
Encontro neste conjunto,
a plenitude de um prazer, deveras olvidado,
a graciosidade de uma visão
há muito obliterada,
capaz de preencher de sentidos,
este desnudo espírito
que tanto procurou,
neste féretro abandono,
os rastilhos de tua implacável
candura de mulher,
encastelada nos muros altos de um desejo
verbalmente transitivo,
onde tento encontrar
o tempo e a flexão necessárias
para o teu amor, um dia,
poder conjugar.
J. R. Messias