Eu tenho um amor verdadeiro, comprometido,
que até me arrisco dizer que é meu artificio,
frenagem para um coração eternamente apaixonado,
subjugado a buscar em cada mulher,
a incompletude de tantos desejos guardados,
codificados em gestos, olhares e palavras.
Esse amor, perene, embora aflito,
que permeia por entre caminhos desditos,
e que preenche meu coração (agradecido?),
impõe à minha desmedida paixão,
uma aspecto deprimido e monástico, embora,
no fundo, desesperado, quase enlouquecido.
Pouco me atrevo desse convencional amor, duvidar
ternura tão elástica e de lacônica conveniência,
onde em cada gesto, transpira leniência,
e retira, gota a gota, a fúria fervorosa que
reside em meu coração, alma e tesão
de um caminhante transbordado de paixão.
J. R. Messias