"Felizes os que não veem e acrerditam". O amor e seus patamares, anteparos, arestas, fronteiras. Para muitos, amar significa olho no olho, abraço, calor do outro, presença física, sólida, real, pois assim pode-se mensurar, calibrar, avaliar os sentimentos, as reações do outro, a expressão explícita a cada palavra, a cada toque ou a cada carinho. É vero. Estar frente a frente com o seu bem, te permite calcular a exata dimensão do teu amor, carinho, paixão e tesão pelo ser amado e desejado, e vice versa, sem dúvida.
Mas quando esse amor, essa paixão, esse bem querer que te aquece o coração e te ilumina a vida encontra-se milhas e milhas, quilômetros e quilômetros de distância?
Como essa "medida amorosa" pode ser determinada, mensurada e acima de tudo, acreditada? Como a virtualidade amorosa é capaz de unir pessoas tão distantes na forma de uma paixão ou de um amor desejado, aflito pela vontade de se tocarem, de se acariciarem? Respostas a tantos questionamentos, são inúmeras: algo "espiritual",
um "modismo" fruto das facilidades que as tecnologias de comunicação nos permite, ou, quem sabe, o adorável gosto pelo proibido, pela "quebra das convenções sociais".
Amar alguém nestas condições, mas amar mesmo, não se resume a simples conversas em msn ou remessas de torpedos apaixonados e açucarados. As palavras tem coerência, tem energia, de nada adianta você mandar a mais empolgante mensagem de amor que encontrou em uma rede social, se ela é desprovida do sentimento da energia vital daqueles que amam e que colocam essa energia em cada gesto ou palavra dedicada a quem você ama. Ela (e) sentirá aquele "arrepio" quando captar essa densa e mágica energia que une os amantes de verdade, seja qual for a distância que os separem. Palavras sem energia, coerência e sem a carga erótica que só os que amam sabem dizer, é jogar conversa fora é a verbalização do vazio.
J. R. Messias
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