Tento, com minha poesia, arranhar a crosta que recobre teus sonhos e tua paixão como uma carícia mundana que aos poucos profana o diáfano véu que que cobre a solidão.
Cruzar nossa vidas entrelaçar nossos corpos sorver cada pedaço do teu amado ser Com a fúria de um predador e a delicadeza de quem colhe uma flor. Profanar teu corpo e alma com minhas carícias e desejos povoar o teu querer com a energia de um amor invasivo na paixão lascivo no desejo e onírico na sedução
Quantos segredos escondem os furtivos olhares trocados pelos caminhos de nossas vidas. Olhar direto: intimidador e assustador para um tímido coração como o meu. Olhar de soslaio: misterioso, excitante e infalível, desses que só nossas amadas mulheres sabem nos deleitar com essa sutil lateralidade visual. Olhar a distância: esquadrinhador, fotográfico e analítico, capaz de "scanear" até o fundo de nossas almas, deixando em nossas retinas as dúvidas e incertezas (sempre bem vindas). Olhar indiferente: para os tímidos, um alívio na agonia mas carregados de subjetividades . Intimidadores, diretos, distante seja qual for, o olhar feminino brinda-nos todos os dias com a poesia, com o mistério e o desejo, combustíveis cotidianos que nutre e acarinha nosso hétero amor. J. R. Messias
Chuvas se vão levando o inverno trazendo o verão Mais um ciclo, purificação, erosão, lixiviação da terra do corpo, da alma, renovação Na languidez sugestiva dessa estação corpo, carne, alma, carências extrapolam os limites da sazonalidade amorosa Tocam, lambem, beijam, abraçam jorram desejos recônditos e reprimidos de olhares cobiçados, cobiçosos e obscenos Até que as chuvas voltem trazendo o úmido inverno para aconchegar toda uma solidão. J. R. Messias
Amar, amaro sentimento doce sensação ácida ilusão fugaz. Busca esquálida e incerta da tua outra metade do teu lânguido acolhimento. Donde o destino sagaz interpõe sonhos, luxúria magia ou a solidão atroz. Desejo sagrado e incensado marcado nas fibras do coração como um beijo prenhe de sofreguidão. J. R. Messias