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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Delírio



Entardecer, ocaso
fenecer das cores
artificialidade das luzes
miríade de estrelas

Noite no "verde vago mundo"
farfalhar de asas noturnas
cantos sombrios
corujas, bacuraus, sabiás
despedem-se do dia

coração solitário nessa imensidão
de um amor maior ainda
de um desejo eremita
de uma saudade que não finda

O silêncio ensurdecedor
das frias madrugadas
atordoa e inebria o sono
povoa meu regaço 
de sonhos, pecados e pesadelos.

                               J. R. Messias

Duplicidade



Sorriso, carinho, suavidade
nos gesto, no falar e no olhar
imagens paradisíacas, reconfortantes
benévolos momentos idílicos.

Rancor, furor, desprezo
orgulho, egoísmo, desamor
o paraíso em chamas, colérico
amargos, sentimentos, dor

Teus extremos,  convulsos
alternantes humores, delírios
momentos de amor e ternura
outros, de tristeza e desventura

Difícil encontrar teu mediano
dureza conviver com extremos
na labuta diária de equilibrar-me
nas ondas ecocardiogáficas
de teu  humor cotidiano. 

                                         J. R. Messias


Luminoso


Pelas largas ruas
Sombreadas pelas mangueiras
caminho indolente e absorto
cercado por cheiros e imagens
tão íntimas aos meus sentidos

Perfumes tão aprazíveis 
como o do tacacá nas tardes de sol
como o teu perfume, de doce memória
das poucas vezes que te beijei.

Imagens tão singelas e significativas
como dos seculares sobrados e mangueiras
como o vulto de ti a vagar
nas estreitas sendas de minhas lembranças

Perfume e imagem, dispersos
que trago-os no desejo
vivos, pulsantes, expostos
ávido para um dia uni-los
numa bela tarde de sol.

                  J. R. Messias