Disperso ao vento, absorvo teu cheiro, feromonial desejo, que a pulsar, latejo a esgueirar-me pelas curvas e precipícios de tua sinuosa geografia, pretérito desejo, que degusto no roçar da língua, por espaços docemente repletos de suor e gozo, que saciam e rejuvenescem pelo prazer deste desejo, deste orgasmo, desta alegria. J R Messias
Imerso nesta solidão, eu meço tua ternura que permeia a porção daquilo que, por amor, faço e abraça o delírio delineado nas lágrimas e conjugado em verbos estratificados nos abismos dos amores vividos, donde pinço as poucas brasas de uma paixão hemorrágica que, gota a gota, transborda do cálice dos infinitos desejos, para irrigar a aridez de um amor que por mais que seja versejado e ardente, ainda teima em ser semente. J R Messias
A tua existência, orgânica física, atemporal Move-se por entre tortuosos pensamentos intensas fantasias de paixão contentamento e fulgor. Tua presença etérea nevrálgica, explícita traduz-se em mim como uma lacuna generosamente preenchida na capilaridade dessa solidão frenética e mordaz. Tua presença mecânica, agônica, aflita, expõe-me a sensações de dolorosa clausura, um cativo de teu lânguido ser. Tua presença, prazer estoico desejo efusivo plenitude efêmera realidade atroz síntese de meu irrealizável querer. J R Messias
O paralelismo de nossos sentimentos, subjazem nestes óbulos que perpassam pelos frios despojos do que um dia chamou-se carinho, guarnecidos por entre parâmetros morais que elencas como anteparos a fragmentar sentimentos interligados por um amor longevo e mútuo, que traço em versos e gestos de tão explícito senso e tão lato apreço. J R Messias
Engravidado pelo tempo e eclipsado pela saudade austera que inapelavelmente persevera, mergulho em lembranças desmembradas pelas certezas irrealizadas deste jogo amoroso que oblitera os desejos de forma meândrica a desaguar sentimentos entronizados no âmago destes sonhos que, translúcidos, incitam esperanças em desalinho com a realidade sôfrega porém trôpega, que atropela os sentidos e expõe o contexto de um amor vivido e sofrido ao avesso. J R Messias
No doce leito desse pequeno rio, lavro suas margens para de seus eflúvios, garimpar paladares receptivos ao degustar de teu maciço corpo, de onde absorvo sabores e licores. Entrego-me ao êxtase desta prospecção em que levas-me ao jugo de teus desejos e apelos, através de uma hipnose permissiva e passiva, subjugado pela sinuosidade arrebatadora de teu cavalgar e do teu tão inebriante olhar, a conduzir-me, como um encantado, pelos desígnios traçados pela magia de teu amar, e meu único medo é que um dia, teu rio, não corra mais para o meu mar. J R Messias