A serena vertente de meus submissos desejos, cristaliza-se na concreta forma de prosear o vertebral anseio de meu querer, uma soçobrada miragem do que foi meu transatlântico amor por ela. hoje, reduzido a um liliputiano velejar, a deriva em mareados sentimentos trasladados pelos ventos alísios dessa saudade insular, oscilante como a tábua de marés, ora abundante e furiosa como uma preamar ora distante e silenciosa como a baixa mar. J R Messias Imagem: Google
Vem com sua caudalosa avalanche de sorrisos a varrer este pranto estrito que ao meu semblante encharca.
Chega com o cintilar de seus negros olhos a iluminar minha escassa alegria encarcerada no calabouço dessa saudade. Instala-se, soberana, em meu coração acossado pelas saraivadas de desilusões e profana cada segmento de meus ociosos desejos proscritos por esta solidão. J R Messias
Para que serve uma saudade que aos poucos sorve e esvazia a perenidade de um amor ? Se aquilo que era júbilo e alegria, verte-se em agonia e dor de uma fome que não mais sacia ?
Tenho por ela, um amor sectário secretado das entranhas de uma paixão como um fluir hemorrágico de lágrimas de uma saudade espartana tão viril e carnal como uma cópula virginal a romper as fronteiras de convenções que obliteram o tempo desse amor contido, mas nunca esquecido e, pelo tempo, amadurecido para ser lambido, mordido e sorvido na avidez de quem ama. J R Messias